quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Você ama, mas...

Não é o tempo inteiro que você ama quem você ama. Há intervalos, pausas, preguiças. Às vezes você passa um tempo sem amar quem você ama. Mas basta um perigo, uma doença, um assédio para você despertar para o seu amor, como uma cochilada.
Nada a ver com desinteresse. Às vezes quem você ama faz alguma coisa que não é legal, que mexe com você, como uma palavra num tom errado.
Outras vezes você acha que o seu amor falhou com você. Ou porque se esqueceu de seu aniversário, ou porque não ligou o dia inteiro, ou porque passa tempo demais na internet. Então você se permite um tempo para descansar um pouco do seu amor.
Tem horas em que você não se lembra de que está amando quem você ama, com tanta coisa para fazer disputando espaço na sua cabeça: vestibular, currículo, mãe, escola, compromissos - e se distrai. Nessas horas você não está amando quem você ama. Não são falhas, são intervalos.
Chega um dia em que você precisa receber mais atenção de quem você ama, está carente, hipersensível, e não recebe. Em resposta, você dá uma recuada. Você vai para dentro da sua concha e deixa de amar quem você ama por um tempo variável de minutos a dias.
É exaustivo manter a corda do amor esticada o tempo todo, e você descansa o braço para relaxar. Não é desamor, é uma pausa para beber água - mas já pensou se aquela bandida passa numa hora frágil dessas?
Não é sempre que você ama quem você ama, mas, quando se dá conta, já passou uma vida inteira amando quem você ama.

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